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  • Foto do escritorVanessa Megale

A IMPORTÂNCIA DE UMA ABORDAGEM INTEGRATIVA

Atualmente a cultura médica que premia especialização, a eficiência e os dados concretos força os médicos a se distanciarem dos pacientes. Profissionais têm dificuldade em envolver o paciente em uma conversa sobre a vida, suas esperanças, decepções e ambições (1). A terceirização da própria saúde e a crença que o corpo é uma "máquina" que falha sem motivo ainda infelizmente impera em nossa sociedade.


Não sabemos nos ouvir e por isso não ouvimos o outro, não nos conhecemos e por esta razão nos falta empatia, estamos sempre no automático e por isto não conseguimos enxergar a beleza da vida. Nos momentos de crise, não temos o hábito de olharmos para dentro em busca de nossas necessidades. Culpamos o outro, olhamos sempre para fora, a procura de alguém que nos tire do buraco.


Se esta cultura é tão enraizada, se o sistema de saúde é sempre caótico, se há preconceito e desinformação, por que atualmente tantos profissionais estão rompendo paradigmas e se interessando por uma abordagem de tratamento mais humana?


Já os que buscam ajuda, estão passando por cima de suas crenças e experimentando sem medo, novos caminhos para a cura.


Há um motivo importante e válido para esta busca, ele se chama Autoconhecimento. Acredito que a evolução pessoal seja a propulsora para a necessidade de aplicar e consumir a Medicina Integrativa.

Uma das lições mais claras da neurociência contemporânea é que nossa autopercepção está ancorada numa conexão vital com o corpo. Não podemos nos conhecer de verdade se não pudermos sentir e interpretar nossas sensações físicas (2).


A ciência está se libertando de velhos mitos e estabelecendo uma nova base de crenças com relação a civilização. A crença de que somos meras e frágeis máquinas controladas por genes está sendo gradualmente substituída pela consciência de que somos os próprios geradores e administradores de nossa vida e do mundo que nos cerca. Conhecimento significa poder. Consequentemente, o conhecimento sobre o ser nos dá poder sobre nós mesmos e sobre a vida. (3)


Evolução? Necessidade? Não importa, o fato é que todo este conhecimento nos transforma e automaticamente muda nossa forma de ver a vida. Um profissional de saúde que pratica o autocuidado, o autoconhecimento e tem autonomia com sua saúde, não consegue ver seus pacientes com os mesmos olhos. Este profissional aos poucos vai percebendo a importância de se cuidar para cuidar do outro e da necessidade das relações mais sensíveis e humanas com seus pacientes.


Saúde e bem-estar exigem um relacionamento, algum tipo de interação humana. Para sermos saudáveis, estarmos bem e nos sentirmos bem, nossa biologia insiste para que estabeleçamos relação com os outros e, por meio das nossas conexões, sejamos capazes de trazer a saúde para nosso corpo mente. (4)


Sao as emoções humanas que nos podem curar e conduzir a recuperação das doenças. Relação mais humana com nossos pacientes, relação mais amorosa na educação, relação mais aberta e empática entre as equipes multidisciplinares, relação saudável com nós mesmos.


A medicina tradicional deveria, legitimamente, buscar a compreensão de como os tratamentos na verdade operam. Não é legítimo excluir tratamentos que já provaram dar certo e resistir a eles apenas para nos sentirmos seguros simplesmente porque não compreendemos como funcionam.... há boas razões para uma abordagem mais aberta. (5)


Tudo é uma construção. A cultura do autoconhecimento aos poucos está sendo introduzida nas escolas, quantas hoje em dia já adotaram o hábito da meditação e atividades de yoga. É através das novas gerações que o novo é trazido para os lares, comunidade e sociedade.

Quando começamos a sentir na pele e vivenciamos a Medicina Integrativa, temos uma grande oportunidade de conhecer todos os seus benefícios. Aos poucos, vamos abrindo a cabeça e o coração para modos diferentes, e frequentemente mais eficazes, de curar.




REFERÊNCIAS

1. Sarno Jonh E. Dor nas Costas conexão mente e corpo. 1 ed. Bitelli Carla, translator. São Paulo: Cienbook; 2019. 14p.

2. Kolk Bessel Van Der MD. O Corpo Guarda as Marcas. Garschagen Donaldson M, translator. Rio de Janeiro: GMT Editores: 2020.

3. Lipton Bruce H. A Biologia da Crença.1 ed. Vick Ima, translator. São Paulo :Butterfly; 2007. 18p.

4. Pert Candace, Marriot Nancy. Conexão Mente Corpo Espírito. 1 ed.Yaari Júlia Bárány, translator. São Paulo: Barany; 2009. 162p.

5.Schreiber David Servan. Curar. 30 ed. Moreira Beatriz de Freitas, translator. São Paulo: Sá editora; 2004. 2p.




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